Operadoras, entretanto, tiveram R$ 2,5 milhões de lucro líquido com alta dos juros
Os planos de saúde alegam que tiveram prejuízos de R$ 11,5 bilhões em 2022. O resultado seria o pior já registrado no setor desde o início da série histórica feito pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), em 2021. É o que informa a própria ANS, por meio do Painel Contábil da Saúde Suplementar, visível no portal da agência. O valor está abaixo dos R$ 15 bilhões estimados pelo mercado.
Os ganhos financeiros, entretanto, garantiram R$ 2,5 milhões ao bolso das operadoras. O resultado favorável é em decorrência do que foi obtido pelas operadoras por meio das taxas de juros que remuneram os ativos garantidores e aplicações financeiras. Com ele, o resultado financeiro para o ano passado havia ficado em R$ 9,4 bilhões.
Mas o fato de quase metade das operadoras, mais precisamente 43%, fecharam o ano com prejuízo mostra a deterioração dos números no setor, que teve recorde de lucro em 2020, com R$ 18,7 bilhões, devido em partes à diminuição de procedimentos por causa da pandemia.
“A tendência dos resultados anuais no momento pós-pandemia – desde 2021 – persistiu com a deterioração dos resultados, especialmente em grandes operadoras, após o lucro recorde de R$ 18,7 bilhões em 2020, seguido de lucro de R$ 3,8 bilhões em 2021. Entretanto, o quarto trimestre de 2022 já apresenta sinais de recuperação”, informa em trecho do comunicado a ANS.
O número de clientes de planos médico-hospitalares saltou para 50,4 milhões no último mês de 2022, ante os 47 milhões registrados em dezembro do ano imediatamente anterior.
Ainda segundo a ANS, a explicação para os resultados pode estar na alta dos custos, mas, embora com menor frequência, podem ter sido criados pela diminuição ou até mesmo estagnação das receitas.
“No caso concreto do mercado de saúde suplementar, em uma avaliação preliminar, as despesas assistenciais não apresentaram crescimento que possa justificar o aumento da sinistralidade.” A sinistralidade, que é o percentual de receitas com mensalidades gasto com a assistência, teve alta de 2,1 pontos percentuais de 2021 para 2022 e subiu para 89,21%.
Entretanto, acrescenta a nota, “as receitas advindas das mensalidades parecem estar estagnadas, especialmente nas grandes operadoras. Essa análise é compatível com o recente histórico do mercado de saúde suplementar: apesar do expressivo aumento de beneficiários desde o início da pandemia, a sinistralidade não foi tão bem controlada”, complementa o comunicado no portal.
Entre as maiores operadoras, a Amil foi a que teve o maior prejuízo em 2022, com R$ 1,6 bilhão, seguida pela Prevent Senior, com R$ 872 milhões. No ranking ainda aparecem a Metlife, que aponta prejuízo de R$ 626 milhões; a Unimed-Rio, com R$ 1,3 bilhão. Já as com melhores resultados são lideradas pelo Bradesco, com lucro de R$ 690,5 milhões, a Sul-América, que embolsou R$ 486 milhões, e a Odontoprev, com R$ 452 milhões.




